DERROTANDO A VERGONHA, CONQUISTANDO DUPLA HONRA
“Em lugar da vossa vergonha, tereis dupla honra,
em lugar da afronta, exultareis na vossa herança;
por isso, na vossa terra possuireis o dobro
e tereis perpétua alegria”.
(Isaías 61:7)
O texto citado nos fala de “vergonha” e de “afronta”; mas fala também de “dupla honra”, de “exultação”, de “possuir o dobro” e de “alegria perpétua”.
Interessante, é que mais parece um jogo entre “ações do ofensor” e “dores no ofendido”. Se não observarmos atentamente, pensaremos que o vencedor é quem afronta e envergonha, mas o placar diz diferente: o envergonhado e afrontado vence por quatro tentos (gols) contra dois.
A afronta e a vergonha emitidas pelo ofensor, são sobrepujadas pela dupla honra, exultação, possuir o dobro e ter alegria perpétua.
Neste jogo, embora não pareça, todo o lucro fica com o afrontado, o envergonhado, porque Deus é o árbitro mais do que competente, é justo.
Vergonha e afronta quando suportadas honrando ao Senhor, deixam para com o violentado um saldo de honra a Deus e a si mesmo.
Honra é o resultado de atitudes adequadas que venhamos a emitir, apesar das circunstâncias constrangedoras.
Ela não é comprada, nem dada de graça; é conquistada, através de atitudes que a suscitem. Caso contrário, é simplesmente expressão de bajulação. (, e não de verdadeira honra.)
Dupla honra é mais que honra dobrada, é honra continuada e sempre crescente, porque um número cada vez maior de pessoas ouvirá do fato, e a emitirá.
Não é um “duplo” na matemática humana; é um “duplo” na matemática de Deus, matemática espiritual.
Afronta e vergonha, são expressões de desonra, atitude de violência à dignidade de alguém, uma invasão danosa no equilíbrio da vida de outrem.
Toda ofensa é uma ação de desqualificação daquele que é atingido. Quanto maior for o conteúdo da ofensa, maior será a violência cometida, o dano sofrido e a dor sentida.
Que fazer então com a vergonha e a afronta das quais se foi alvo?
A atitude mais saudável é transformar a desonra, em honra multiplicada, em dupla honra.
Mas, como fazer para golear a afronta e a vergonha?
A única maneira de fazê-lo, é declarando perdão ao ofensor.
Perdoar parece derrota, mas é uma retumbante vitória.
Perdoar enobrece a quem perdoa, além de ter um tremendo poder transformador, o qual opera tanto no ofendido, quanto no ofensor, quando este o permite.
Que é perdoar?
Perdoar é fazer parar de operar dentro de nós o erro que alguém tenha cometido; é remover a ofensa de entre as partes; é quitar a dívida contraída pelo ofensor, e torná-lo livre da culpa, bem como retirar a mágoa de dentro de quem sofreu o dano, permitindo-lhes restaurar o relacionamento rompido, e caminhar na vida outra vez, sem pendência alguma. O perdão declarado tem o poder de cobrir a ofensa e removê-la de entre ofendido e ofensor, fazendo o mesmo o que o sangue de Jesus faz sobre as nossas transgressões: quitá-las.
Perdoar é deixar de carregar o ofensor dentro de si como um morto, em forma de lembrança ressentida e magoada. É, também, sair das garras dos torturadores mentais, emocionais e espirituais. Estes atuam em forma de lembranças repetitivas do fato danoso ocorrido, das mágoas, ressentimentos e sentimento de vingança armazenados, e das ações dos demônios, os quais, apoiados nas dores emocionais, oprimem a quem foi afrontado, envergonhado, ferido, e não liberou perdão.
Quem não perdoa, mantém a vergonha em ação e a transforma em agente de morte, e não, de saúde.
Ver a ofensa como uma oportunidade de construir honra a Deus e a si mesmo, é derrotar a afronta e a vergonha, é exultar na herança, é possuir o dobro, ter perpétua alegria, e conquistar honra multiplicada, dupla honra.